terça-feira, 26 de abril de 2011

Memórias de um jovem inconsciente

Acompanham-me à partitura
memórias que surgem num vulto incolor,
num sussurrar trepidante
de uma analepse ininterrupta,
que corrói o meu ser,
numa decadência amargar e vertiginosa,
que teima em não desaparecer...

Fogo Fátuo

noite de lua cheia
caminhamos para o outro lado
elevamo-nos sobre os ramos escuros da floresta
neste coche sem paragem
o uivar do lobos aumenta a adrenalina
velocidade
força
é a nossa sina
a escuridão aproxima-se
será esse o caminho da salvação?

noite de céu vermelho
chegamos ao destino
atingimos o auge
pétalas negras perfumam este lugar
onde não há Senhor
nem lei
onde não há preto nem branco
onde apenas o que vale é o rubi
no íntimo de cada um.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Céu?

Amor platónico
De quem para sempre ama em segredo
Saudade eterna de um fim inacabado
Voaram as páginas deste livro
Tenho saudades dos vossos sorrisos
E do beijo enclausurado na seara em flor
Caem as folhas, o Outono durará, passará o Inverno,
Neste ciclo binário
o vento teima em levar o que outrora semeou ….



f.elicidade.i.dílica.l.impidez.i.ntrínsecamente.p.urificante.a.mizade

Gotejar ininterrupto de um mar que sobrevoa
Esboças um olhar enquanto eu fumo o meu cigarro
No conforto da amizade, da conversa de horas, nas risadas de fazerem doer a barriga
Sempre me acompanhaste, recordo com as lágrimas que me restam, todos os momentos
que ajudaste a talhar eternamente no meu ser…contigo quero viajar, voar e viver de novo
Quero cravar-te para sempre aquele cigarro com que selávamos a nossa amizade,
Quero mostra-te aquela música, aquele vídeo,
Quero ver a tua cara de felicidade e inocência estampada no teu lindo sorriso sublime
Irei guardar-te para sempre no meu pensamento…



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Um hino com 30 anos



Para todas as mulheres no verdadeiro sentido da palava, aqui fica um hino dos Dire Straits, uma pérola da banda de Rock Britânica lançada em 1980, com a letra da autoria do grande front-man Mark Knopfler!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pastelaria-Mário Cesariny

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
 
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
 
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
 
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
 
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
 
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
 
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
 
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
 
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra